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EXPLORANDO AS BARRAS VERMELHAS


Eu já contei aqui que, para minha frustração, as meninas não deram muita bola para as Barras Vermelhas.

A criança, quando segue o currículo Montessori, está preparada para trabalhar com esse material lá pelo segundo semestre do seu segundo ano de vida, após terem trabalhado bastante com os Encaixes Sólidos, Torre Rosa e Escada Marrom. Eu imaginei que a falta de interesse pelas Barras Vermelhas fosse porque elas não estavam 100% preparadas, uma vez que nos falta trabalhar com a Escada Marrom.

Me enganei achando que a lição principal (colocar as barras em ordem, da maior para menor ou vice-versa) fosse a única alternativa do material, imaginando que elas não se interessariam por atividades mais básicas já que estão com uma idade mais avançada (3 anos e 4 meses). Mas para o material não ficar parado, eu decidi que iríamos explorar esse material nesses conceitos mais básicos mesmo, ignorados por mim naquela primeira apresentação.

Ainda bem que a inutilidade das Barras Vermelhas me deixou inquieta e me fez ir explorar as barras com as meninas. Foquei numa das primeiríssimas coisas que fazemos ao apresentarmos um material sensorial: Linguagem e comparação.

E que grata surpresa foi nossa manhã com as Barras Vermelhas. As possibilidades foram surgindo espontaneamente, tanto por mim quanto pelas meninas. Eu sabia de antemão o vocabulário que teríamos que usar com o material: longo, curto, maior, menor, alto, baixo, entre outros. E que compararíamos uma barra com a outra (a fim de utilizarmos a linguagem apresentada).

Mas ai elas começaram se medir com as barras e, quando uma barra não era suficiente, pegavam duas e viam se as barra ficavam mais altas do que elas.

A Valentina tem se tornado um curinga nas atividades com as irmãs. A presença dela já é suficiente para chamar a atenção das irmãs mais novas que ficam curiosas para fazer o que a irmã mais velha faz. Ela é muito doce e paciente e, apesar de corrigir as irmãs em qualquer erro, sempre deixa espaço para elas praticarem.

Eu fiquei pensando que talvez essa atividade tenha saído um pouco dos limites montessorianos, se tornando mais uma brincadeira do que um trabalho de fato (como vocês podem ver pelas fotos). Muita criança em cima de um único material pode não dar certo (a Duda foi me mostrar a barra longa e a barra era tão longa que ela não conseguiu segurar direito e acabou acertando a cabeça da Bia... hahaha). Mas serviu para elas se familiarizarem com esse material que é super importante (ele prepara para a matemática).

Como vocês podem ver, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. A Valentina se sentiu professora por um dia, as meninas exploraram um material novo e eu fiquei feliz por estarmos avançando no currículo sensorial.

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